20
Set 10

Casa do Ruben Amorim, às 20 horas.

Ouvia-se o som da campainha e o Ruben tinha acabado de vestir a camisola.
-Já vai ó camafeu! – Abriu a porta e estava o Gustavo lá.
-Então ó, onde anda o noivo?
-Sei lá eu! Pensava que vinha contigo.
-Cá para mim ainda deve estar com a Catarina…
-Não, a Inês já me mandou mensagem a dizer que a Catarina já estava na casa dela.
-Agora falas muito com essa moça! Quem é ela? – Sentava-se no sofá e punha os pés na mesa de Ruben ao mesmo tempo que fazia “zapping” nos canais.
-É amiga da Catarina, é muito simpática. – Dizia enquanto empurrava os pés do Gustavo fora da sua mesa e  punha a televisão da Sic.
-É bem humurado!
-Estou nervoso pá! O David ainda vai fazer uma cena com a nossa surpresa.
-O David é homem rapaz! Não deixa de gostar de ver!
-Sim, esperemos que sim.
Ouvia-se o som da campainha outra vez.
-Olha, agora deve ser ele.
Abriu a porta e entrou o David, pai do David e cunhado do David.
-Oi meu irmão!
-Olá perdedor – Deram um abraço.
-Já começa já tão cedo?
-Queres ir jogar bowling?
-Quer ir jogar PS3?
-Vá, entra e cala-te. Boa Noite! – Dizia Ruben ao pai do David e ao cunhado. – Estejam à vontade!
-Então, onde vamos?
-Bem, vamos… Gustavo agora!
-Hã? – Gustavo agarrava os braços de David e fazia um nó nos seus braços e Ruben punha uma venda nos seus olhos. – O que é que vocês estão fazendo?
-Então… É surpresa. Ó Gustavo agarra bem no gajo! Chiça! A culpa é do Ladislau. Fez o David tão grande!
-Agora a culpa é minha? Vocês é que tiveram esta ideia. Vá, eu agarro ele de lado.
-Mas que raio! Até puseram o meu pai nisto?
-É parecido. Vá, vamos. Quietinho. – David oferece resistência e pára.
-Só se me contarem onde me levam!
-Não pá! Deixa de ser assim! E tens muita sorte em ires no banco. Se fosse por mim ias na bagageira.
-Por amor de Deus! Onde vamos? – Era quatro contra o David, mas David ainda conseguia parar eles os quatro.
-Eu nem sei porque é que nos estamos a esforçar! Querem ver como se leva ele daqui para fora? – Dizia Gustavo ao mesmo tempo que procurava a orelha de David. Quando agarrou, puxou-a e David foi atrás de Gustavo.
-Aiiii! Ai! AI! Ai! Pára aí! Ai a minha orelha! Ouve lá! Eu vou tem calma!
-Aqui está o meu David. Sem resistências meu!
-Sim, Sr. Ruben Amorim.
Entraram dentro do Carro de Ruben. Na frente ia o Ruben e o Gustavo e atrás ia o pai do David, o David e o cunhado do David. Durante o caminho todos falaram, menos David que ia meio amuado no meio.
-Já chegamos!
-Até que em fim não?! Já pode tirar isto?
-Não!
Abriram as portas e David reconheceu as vozes. Quase todos os seus colegas de equipa estavam presentes. Levaram-no para dentro de um restaurante, que não tinha quase ninguém e depois deixou de ouvir barulho.
-Pessoal? Alguém aqui? Onde é que nós estamos? – David sentiu a corda atrás das costas a ficar mais larga – graças a Deus! Onde estamos? – Dizia ao mesmo tempo que tirava a venda. – Poshá! Quem é você?!
-Eu sou a Claudia baby, a tua stripper pessoal. Queres uma dança?
-Meu amigo, aqui tens a nossa prenda! – Dizia Ruben animado por trás.
-Estás doido? Não! Não quero nada disso! Por amor de Deus! Vista-se menina! Por favor. Não sabem organizar uma festa normal?
-Isto é uma festa normal!
-Não, não é Ruben! Para mim, uma festa normal é irmos tomar o copo fora.
-Então vem, vamos tomar um copo.

Três cervejas, dois vodkas e cinco shots, três vodkas laranja depois:

-É meu irmão, amanhã vou casar! Com a mulher mais linda do Mundo!!
-Eeee na pá! Este já está bêbedo!
- Eres tan fraquito – dizia Javi mais para lá do que para cá também.
-Aimar, tu levas o Javi a casa.
-Yo? Por qué yo?
-Porque moras ao pé dele.
- Si el niño vomita en el camino…
-Vomita o quê pá!
- ahora es el momento de la sorpresa no? – Dizia Maxi que estava à frente de David e só se ria com as parvoíces dele.
-Surpresa? Para mim? Que bom! Onde está a Catarina?
-Não há nada de Catarina’s meu! Fogo! Estás vidrado na rapariga.
-Para ti, é Sr. Catarina Marinho está bem?
-Claro. Vá entretanto, a Claúdia Silvino vai-te satisfazer…
-Vai quê?
-Claúdia!
Claúdia sobe para cima da mesa com um chicote e dirige-se para a frente de David que se ria que nem um perdido. Manda uma chicotada que assusta David mas continua a rir.
-Do que é que te estás a rir?!
-Arranjaram-me isto de surpresa.
-Não gostas?
-Não, achei graça apenas. – David continuava a rir-se. 
-Já chega! Vais fazer o que eu disser!
-Hey! O mister está aqui?! Nem acredito! Professor, eu não estou bêbedo, são influências dos outros…
-Levanta-te!
-Não me apetece, se me levantar caiu para o lado que nem um patinho. Tipo os lagartos nos jogos, estão sempre no chão!
-Isto não vai resultar Ruben…
-Eu sei Gustavo… E se queres saber, esquece a rapariga, é uma da manhã e se eu não levar este gajo para o casamento a Catarina mata-me.
-A ti e a mim! Não se esqueça dessa parte!
-Muito bem… David! Vamos embora!
-Para onde? Agora que o Mister chegou temos que ficar vinte minutos a correr, para voltarmos a ganhar resistência.
-Desculpa Claúdia. Podes ir.
-Que broncos… - Dizia Claúdia ao mesmo tempo que saía da mesa e caminhava para a sala.
-Então?! Já?! Não vale! Quero mais! – Dizia o Coentrão que o estado também não era dos melhores.
-Gustavo, tu levas o carro do Coentrão, eu levo o resto da malta e pronto, os piores ficam bem acompanhados.
-Concordo. ‘Bora Fábio, vem ver a sua mulher…
-A minha princesa? Ela é linda! Já viste a bebé linda que tenho? Espero que seja a cara chapada da mãe… Vai ser linda.
-Sim, sim… Ao menos não diz asneira enquanto está bêbado não! Vá anda. – Agarrava no Coentrão e levava-o para o carro. Afinal, não estava assim tão mal, comparando com Javi que já cantava a versão Espanhol da canção da abelha Maia. Pablo agarrava nele e levava-o mas ele estava imparável, ou saltava, ou gritava, ou corria.
-Os restantes foram-se embora e despediram-se de David, mas esse continuava num estado de “riso” que era apenas sensacional.
-Vá, vamos embora David.
-Não!
-Vamos!
-Não! Não vou. Quero mais uma daquelas coisas com coca-cola que você tinha.
-Não pá! Se te dou aquilo a Catarina mata-te.
-A Catarina? Onde ela está?! Não me pode ver assim não!!
-Ela está a chegar aqui, se não te despachares… - dizia Ruben, claro que era mentira, Catarina à uma da manhã já ia no seu sétimo sono, mas era a única maneira de tirar o David dali.
-Então vamos embora! Já!  
-Vamos lá então…
-Manz?
-Sim?
-Importa-se de dar uma mãozinha, é que, estou um bocadinho tonto…
-Se a sua mãe  visse você assim! Eu era um homem morto!!
-Nada disso papai. Se a Catarina visse-me assim, isso sim, ia ser um grande terramoto!
Saltaram todos uma grande gargalhada, David continuava sério, ainda não tinha percebido que Catarina não vinha, mas também tinha desculpa, a bebedeira faz disso. David colocou o braço por cima dos ombros de Ruben e começou a andar. O seu estado era lastimável. Nesse noite vomitou duas vezes e quando acordou só pediu uma coisa “hoje tem que ser baixinho. Dói-me tanto a cabeça…”.

publicado por acordosteusolhos às 17:37

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.


mais sobre mim
arquivos
2011

2010

arquivos
2011

2010

Críticas
Façam comentários com críticas, sejam elas positivas ou negativas. É com os erros que se aprende ;)