05
Set 10

-Olá!
-Catarina! Ainda bem que chegaste!
-Uau… Já fizeste tudo!
-Eu sei… O meu pai trouxe uns amigos e depois o meu irmão veio com uns amigos e acabamos por fazer tudo em duas horas.
-Então, e o que vamos fazer?
-Não sei, pergunta à Lúcia. Mas ela ainda não me deixou sair daqui de casa – Dizia Ricardo que aparecia com uma cerveja na mão.
-E a ela não consegues ler?
-Ela mente muito bem.
-Mas já posso contar. Lembram-se daquelas vezes em miúdos que fazíamos almoços juntos?
-Sim, e que acabavam todos mal porque o Ricardo decidia entrar a fazer o almoço…
-Mentira! Os meus almoços ficam sempre muito bons!
-Sim, umas vezes com sal a menos, outros com sal a mais. Sorte é que a Catarina arranjava sempre alguma coisa para nós comermos depois.
-Sim… Mas a minha ideia era voltarmos a fazer isso e depois ficávamos o resto da noite a falar e a ver filmes de terror.
-Por mim… - Respondia Ricardo e voltava a dar um golo na cerveja.
-Acho uma grande ideia! Mas preciso de algo para beber primeiro. Estava um transito horrível até aqui. Houve um acidente na 2ª circular e vim todo o caminho a passe de caracol.
-E foi por isso que demoras-te duas  horas?
-Sim. E Ricardo deixa-te de psicologia. Hoje nem trabalhas-te nada. Se tivesse a tua sorte…
-Até parece que trabalhas mais…
-Estudo!
-Já chega. Precisamos de ir às compras….
-Ok…

Três horas mais tarde…

-Eu não disse que havia um grande acidente?
-Sim.
-Quem é que tinha razão?
-Tu tinhas.
-Pronto, parem de discutir! Já sabemos quem tinha razão e quem não tinha. Agora, que vamos fazer?
-Fazemos tudo.
-Ricardo, não achas que isso é demais?
-Não subestimes a fera Catarina!
-Ok… Então pronto. Vamos fazer a comida! Estou esfomeada!
Duas lasanhas, três pizzas, quatro coca-colas e quatro horas e muita conversa depois o assunto do casamento veio à tona.
-Então Catarina, e quando vai ser o casamento? – Perguntava-me a Lúcia já empolgada.
-Ainda não sabemos, mas o David queria em Junho/Julho.
-Sim, quero lá saber do futuro, o futuro vou poder acompanhar. Onde é que ele te pediu em casamento? – Dizia o Ricardo, nada parecido com a Lúcia. Disse-o de uma forma tranquila e sem entusiasmo.
-Onde nós demos o nosso primeiro beijo! No cabo Espichel. Foi lindo, só soube onde estávamos quando cheguei lá. Ele obrigou-me a pôr uma venda nos olhos. E depois dedicou-se e pediu-me em casamento! Foi lindo!
-Ó amiga! Tão bonito! Eu também quero que o meu namorado faça uma coisa desse género.
-Pois, eu achei que ele não teve imaginação nenhuma.
-Ricardo, não é preciso ter imaginação. Foi lindo e isso bastou. Amei tudo o que ele fez. O que importa é o sentimento. E não entendo o que é para ti ter muita imaginação.
-Sim, pois. Bem, está a ficar tarde. Vou andando. Amanhã alguém vai trabalhar. Adeus meninas. – Ricardo despediu-se e saiu. Lúcia ficou a olhar para mim e já sabia o que ela queria.
-Sim, ok Lúcia. Queres ser a minha madrinha?
-Sim! Claro que quero!! Obrigada! Muito obrigada! – Dizia Lúcia e dava-me um abraço que me fez-me cair do sofá. Demos as duas uma risada enorme já no chão.
-Vamos ver um filme?
-Sim Catarina, queres ver qual?
-Vamos ver o São Valentim Sangrento, ou então o Sexta feira 13.
-São Valentim Sangrento.
-Ok, vai pôr o filme Lúcia. Eu não sei pôr.
-Croma.
-Com muito gosto.
O filme não era muito assustador, tinha muita intriga mas a minha aposta estava certa. O rapaz mais giro era o assassino. Era sempre assim. O mais giro tinha que morrer ou era ele o assassino. A Lúcia insistia que o mais feio é que era mas eu é que tinha razão. Já era tarde e como eu queria aproveitar o dia de amanhã fomos as duas dormir. O relógio já contava cinco horas da manhã e continuávamos as duas a falar mas na cama.
-Tinha saudades disto.
-E eu. Também tenho saudades de irmos todos acampar.
-Já não vamos há tanto tempo.
-A ultima vez que fomos foi ao Avante em 2009.
-Meu Deus, já passou dois anos. Estamos a ficar velhas?
-Velhas? Não. Com juízo? Sim.
-Ou seja, velhas.
-Sim, parece que sim. Este ano vamos ao Sudoeste. E ao Optimus Alive também.
-Então e se o Optimus Alive for no dia do teu casamento?
-Fazemos o casamento ao som dos Radiohead.
-Era engraçado, sem duvida.
-“ But I'm a creep, I'm a weirdo, What the hell am I doing here?, I don't belong here”. Gostava que fosse mais os Iron Maiden. “No more Lies!!”
-Era demasiado bom ver esses dois no mesmo dia do Optimus Alive.
-Podes crer. Acho que adiava o casamento se eles os dois viessem.
-Estou mesmo a ver a cena. “David, achas que o casamento pode ficar para dia 11? É que dia 10 vêm os Iron Maiden e os Radiohead ao Optimua Alive e eu preciso de ir”
-Acho que ele passava-se. Não, por ele até perdia os AC/DC, Radiohead, Rage Against The Machine, Iron Maiden e Muse, todos juntos num só dia.
-Eu acho que tinha que pensar muito bem no assunto.
-És doida é o que és Lúcia. Por falar em doidas, são cinco da manhã e amanhã às onze tenho que estar em casa.
-Bem, livras-te do pai mas arranjas-te um marido para te dar horários.
-Nada disso, mas quero estar com ele.
-Estás mesmo apaixonada.
-Nem imaginas o quanto. Sem ele acho que morria. Morria de tristeza, antes achava que não era possível mas com o que sei hoje acho que é bem possível.
-Ai Catarina, não digas parvoíces.
-É verdade. O que sinto pelo David é muito poderoso, sou dependente dele.
-Catarina, ainda só passou uma semana e pouco desde que saiu aquelas fotos saíram no jornal e tu não ficas-te mal.
-Isso foi o que tu sabes da história. Eu não contei a ninguém para não preocupar mas eu sai da casa do David e passei um dia no hotel, só por dizer que depois acabei por perdoa-lo. Num só dia, ia sendo roubada, aprendi uma lição vinda de um porteiro, dei uma estalada e um murro ao David e desculpei-o.
-A sério? Bem… Porque não disseste nada?
-Não te quis preocupar, já sabia que ias ficar em baixo por causa de mim.
-Não sejas parva! Nunca mais me escondas nada!
-Claro, agora, podemos dormir?
-Sim… Estou morta!
-Ok. Boa Noite gorda.
-Boa Noite Feia.
Acordei era dez da manhã. A Lúcia ainda dormia  mas eu não conseguia dormir longe do David. Tomei um banho rápido e vesti uma camisola da Lúcia e as minhas calças. Deixei um bilhete à Lúcia a dizer que tinha ido matar as saudades que tinha do David. Era onze horas, as horas que nós tínhamos combinado de eu chegar a casa e eu já estava à porta do prédio. Subi e fui para o nosso andar, não ouvia barulho nenhum por isso David ainda devia estar a dormir. Estava cheia de sede então primeiro fui à cozinha beber água e vi um bilhete na porta do frigorifico, escrito a computador. “Vai ao Quarto”. Fiz o que dizia o David, mais uma surpresa vinha a caminho. Era assim o David, transformava qualquer dia de chuva no mais bonito do mundo.
-David!

publicado por acordosteusolhos às 00:36

comentários:
Eu gostei muito dos dois filmes!
Pois são! Adoro a série! :D
- Sara a 5 de Setembro de 2010 às 04:32

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